Claraboia V

«Num esforço lento e penoso, como se o corpo se recusasse ao movimento, levantou-se e acendeu a luz. A sala de jantar, onde se encontrava, era grande, e a lâmpada que a iluminava tão fraca que, da escuridão afastada, ficaram penumbras nos cantos. As paredes nuas, as cadeiras de espaldar vertical, duras e repelentes, a mesa sem brilho e sem flores, os móveis baços e quase desguarnecidos – e Justina sozinha, no meio deste frio, muito alta e magra, o vestido preto, e os olhos negros, profundos e calados.»

This is what I would desire for today...

Música do meu dia...

Na 6ª feira fui ver um filme de Domingo à tarde. Sinceramente detesto gastar dinheiro em filmes que não me trazem nada de novo, mas pronto, foi um convite de uma amiga e lá fomos os 4 à sessão de cinema das 21:30 ver (espantem-se):  «Como é que ela consegue», com Sarah Jessica Parker.
Não sendo um filme bom, é um filme actual e acima de tudo dá para quase 2h de boas gargalhadas.
E o que eu me ri! Saí da sala com uma dor insuportável nos abdominais por ter feito tanto esforço para não correr com o resto da plateia com as minhas gargalhadas!
E eu não sou de riso muito fácil!!
Vejam pf, vão passar uns momentos bem animados!

Como é que eu sei que trabalho no meio do nada??
Quando estou a chegar ao trabalho e vejo um senhor dos seus 50 anos a varrer à porta de casa de robe e chinelos de quarto brancos.
E não! Não trabalho num asilo de loucos embora possa parecer.

Mais uma 6ª feira...mais uma semana que passou e às vezes sinto que estou agarrada ao mesmo de sempre. O que vale é que os amigos estão perto e hoje vai haver sessão de cinema da treta, daquele que apesar de me dizer NADA, pelo menos faz-me pensar no mesmo, NADA.
Com a vantagem de haver gargalhadas e boa disposição. Que mais se pode pedir da vida senão estar rodeado de pessoas que gostam de nós exactemente como somos?

Eça de Queirós in Farpas - 1872

"Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma decadência de espírito"

Há dias assim. Não sei se é deste tempo que ora está sol, ora chove, que me faz lembrar de ti. Ou melhor, que não me deixam esquecer-te. Ainda que não mereças um único pensamento meu.

Era só para dizer isto...

E por falar em perder a cabeça...

Para começar bem o meu dia, nada como uma boa música...

Eu seria feliz ao...

Adormecer com o crepitar



Estar rodeada de amigos



Sentir paz

Uma tarde numa esplanada

Guardar os meus segredos

Iluminar os meus pensamentos

Ter-vos todos aqui

Voltar ao meu esconderijo

Músicas de mim...

E a pergunta do dia é....

Jace Everett - Bad Things

Vi num blog que sigo e não pude deixar de ter para mim!

Barry Feinstein

Morreu hoje o fotógrafo da cena do rock, Barry Feinstein. Deixa um legado de fotos absolutamente fantásticas.
A mim toca-me mais a capa do album do Bob Dylan, ‘The Times They Are a-Changin’. No entanto há muito mais a ver do seu trabalho...

Just to mention a few.

Hoje estou numa de "ouvir» nostalgias, de me deixar ir e desafiar os meus pensamentos. Esta é a minha banda sonora:

Tenho andado arredada do meu blog... I know, I know... mas tenho andado a reajustar a minha vida, os meus dias, e nem sempre estou em bom dia para partilhar.
De qualquer das formas vou dando notícias e partilhando o melhor da Lady!

Acordei cansada como se nem tivesse dormido!! Mas até dormi bem. Acho que é preguiça pura.

Mas o que me apetecia mesmo, mesmo!! era estar em casa enrolada num cobertor (se bem que nem está assim tanto frio...), fazer umas panquecas deliciosas, cobri-las com mel ou gelado e ficar a ver as horas passar.

Na realidade vou ao ginásio fazer 1h de pump (não posso arranjar mais desculpas!!), chegar a casa e comer uma sopa deliciosa e uma peça de fruta e deixar-me estar até chegar o sono (com alguns miminhos à mistura)

São vidas...boas...

Um dia acordei e dei conta que a minha vida estava virada do avesso, que não tinha tinha seguido pelo caminho certo. A verdade é que eu me dava conta, mas não queria assumir que sim.
E como tal.. preferi deixar-me ir, «go with the flow« até que me apercebi que o caminho no qual me encontrava, não tinha retorno. Nessa altura eu já fazia parte de um grupo de pessoas cuja vida estava a desintegrar-se diariamente, que deixaram de ser elas próprias para se tornar numa mistela de outra pessoa e a viver unicamente para essa pessoa.
Nesse dia decidi acordar, levantar-me e procurar o EU dentro de mim. Esse EU do qual já nem me lembrava mas que esteve aqui sempre.
Não vou mentir, custa.
Custa horrores, dói imenso, chora-se imenso e revive-se o bom porque é o que mais queremos viver, mas também se revive o mau, porque no meu caso dei-me conta que houve muito mais mau que bom.
Uma amiga disse-me: «Divide uma folha de papel em dois lado...de um anota tudo o que de bom viveste nestes 4 anos e do outro lado o mau.... depois tira as tuas conclusões...»
Fiquei frustrada comigo própria, pois do lado esquerdo pouco ou nada havia para escrever, e o que escrevi tive que ir buscar às minhas mais recôndidas lembranças. O lado direito foi demasiado fácil de preencher...
Ao ler aquilo foi como se uma faca se espetasse no meu peito... perguntei-me porquê eu? Porque teria que viver aquilo... não há resposta, nem nunca haverá.
No dia em que me dei efectivamente conta de mim...decidi que queria ser feliz.
Hoje estou mais feliz.
Porquê? Porque hoje posso ser eu própria, posso ser a pessoa que sempre fui e que um dia alguém quis calar.
E tenho a certeza que amanhã será bem melhor, eu própria serei uma pessoa melhor...

Mais da Casa dos Segredos 2..

O telefone toca e é Cátia quem atende. A Voz pede a Cátia para enumerar países da América do Sul. Ela diz não saber nenhum. A Voz insiste e ela arrisca: «África?». A resposta está errada e ela não recebe recompensa...

Preciso dizer mais alguma coisa?...

Hoje sinto saudades, muitas. É difícil contrariar esse sentimento. E porque é que quando sentimos saudades, sentimo-nos sempre tristes? Porque é que não é um sentimento bom.
Será isto nostalgia e não saudade? A verdade é que hoje está a custar muito... há algum tempo que já não sentia assim...

Não sei se deram pela minha falta... se calhar não...mas estive de férias. Uma semaninha assim com uma sorte do caraças pois deu para fazer praia todos os dias, o que em Outubro e no norte do país é um galo!
Hoje vejo-me de volta ao trabalho, sem muito para contar pois as férias foram apenas para descansar, estar com as amigas e fazer muuuito ginásio «que a gente não vai para novas»!